sábado, 14 de abril de 2012

Outra vez...

Boa noite amadas...

Espero que todas vocês estejam bem, e que só por hoje a serenidade esteja presente em seus corações.
Bom... continuo sem notícias do meu marido, mas enfim ... tenho certeza que onde quer que ele esteja pelo menos está em segurança.

Mas hoje não estou aqui para falar dele, e sim falar sobre a minha relação com a minha co dependência. O período mais difícil foi quando estive casada com meu primeiro marido, mas a codependencia sempre esteve comigo. Vou tentar explicar.

Bom, tenho 27 anos e sou filha de pais separados. Na época minha mãe separou-se do meu pai justamente porque ele também era um adicto. Não trago muitos sofrimentos desta fase, apenas algumas lembranças ( tristes sim) de quando ele ainda estava na ativa. Após muitos sofrimentos e depois de por muitas vezes chegar ao fundo do poço ele decidiu buscar ajuda no A.A. - Alcoólicos anônimos. Graças a Deus hoje ele está em abstinência há muitos anos, parou de fumar, casou-se novamente e tem uma vida relativamente tranquila e saudável. Tenho ideia de quanto deve ter sido difícil pra ele, mas ele tem vencido a doença só por hoje.
 Este foi meu primeiro contato com a adicção.

Quando tinha 14 anos tive uma paixonite aguda por um garoto de 17 anos. Eu acreditava seriamente que ele era meu amor da vida inteira rsrsrsrs coisas de adolescente... foi com quem eu dei meu primeiro beijo. Na época este menino era usuário de maconha e traficante da região, mas eu não me importava... porque eu já era co dependente. Eu queria ajudá-lo, eu me preocupava com ele... e ele sempre alimentando minha co dependência. Depois de muitas desilusões com ele acabamos nos afastando. Hoje ele está em uma cadeira de rodas, foi vitima de disparo de arma de fogo. Continua usando drogas e ativo no tráfico.

Depois deste namoradinho conheci aquele que anos mais tarde viria a ser meu primeiro marido. Ele era lindo, popular, olhos verdes e usuário de crack. Mais uma vez eu não estava nem aí. As pessoas me falavam mais eu não queria acreditar, por que quando ele estava comigo ele era maravilhoso, e além do mais eu era muito menina para estar preocupada com estas coisas. Depois de três meses nós terminamos o namoro pois ele era muito ciumento... a decisão foi minha. Apesar de terminarmos sabe aquele laço que fica??? Ele seguiu a vida dele e eu a minha... mas nunca perdemos o contato.

Foram oito anos separados. Ele casou e teve duas filhas, e eu ficava me remoendo porque acreditava que ele só poderia ter uma vida se fosse ao meu lado. Neste tempo conheci o pai do meu primeiro filho. Cara super legal, não usava drogas, bebia muito pouco, só tinha um probleminha .... era músico e mulherengo. Resultado: não deu certo.

Quando meu filho estava com um ano reencontrei aquele namoradinho lindo dos olhos verdes... lembram???
Ele já tinha separado da mulher dele há algum tempo e queria por toda lei voltar a namorar comigo, só que eu não queria. Eu estava focada nos cuidados do meu filho e não queria me envolver com ninguém naquela época. Mas ele insistiu tanto, acabei aceitando.
Lá estávamos nós, oito anos depois juntos novamente.

Nunca pude reclamar da falta de atenção dele. Sempre foi um cara maravilhoso pra mim... prestativo, amoroso, simpático... até a droga entrar em ação.

No começo ele tentava esconder que continuava usando drogas, mas não conseguia disfarçar o cheiro de bebida quando chegava do trabalho. Logo comecei a desconfiar, porque ele estava sempre comigo. Sempre posava na minha casa, mas de vez em quando desembestava que queria dormir na casa dele... assim do nada... sem contar que a mãe dele começou a ligar na minha casa pra confirmar se ele estava realmente lá.

Não demorou muito tempo para eu descobrir que ele continuava usando crack (achei uma pedra no bolso da blusa dele). Mas eu não me importei muito por que eu nunca tinha realmente vivido de perto com este problema, o que eu não sabia era que estava trazendo o sofrimento para dentro da minha casa.

Nos três primeiros meses depois da nossa volta eu me sentia sufocada por ele, e acabei terminando o namoro, mas acontece que depois eu percebi a falta que ele me fazia ... não porque eu o amava, mas sim porque estava acostumada com ele. Acostumada a me preocupar com ele, a controlar a vida e horários dele... Eu não trabalhava, tinha um filho pequeno e a unica coisa fora da minha rotina familiar era aquele relacionamento. Me tornei dependente daquele relacionamento. Nunca fui ciumenta , mas passei a ser... e eu tinha plena noção de que aquilo não era amor ... era doença.

Ele chamava meu filho de filho dele... como faz aliás até hoje. No dia dos pais ele saiu para dar uma volta e desapareceu ... no fim do dia vim a saber razão do seu sumiço: ele estava preso. Sofri muito, fui julgada por toda minha família mas continuei firme em minha decisão de continuar com ele. Quando estava preso, e claro em abstinência, ele me escrevia cartas me dizendo que nunca mais me faria sofrer, que me amava demais. Disse que estava frequentando a igreja e que quando voltasse pra casa seria um novo homem.
Depois de dois meses ele voltou, mas a minha família já não aceitava o nosso relacionamento. Eu passei a ser muito mais controladora,e pouco tempo depois ele estava afundado nas drogas novamente.

Mas aquilo não era problema pra mim , porque eu acreditava cegamente que eu ia ser a salvação daquele homem. Eu acreditava que se eu quisesse muito ele ia sair daquela. Um dia dominado pela droga e pelo álcool brigamos e eu mandei ele embora, ele tentou me bater. Foi minha mãe e meu padrasto que tiraram ele de cima de mim... e adivinha... no outro dia lá estava eu com ele novamente.

Decidimos ir morar juntos, eu achava que se tivéssemos um cantinho só nosso as coisas iriam melhorar.
Doce ilusão a minha, não vou me estender muito nos detalhes... mas ficamos casados por um ano, um ano de inferno. Tive muitos momentos felizes ao lado dele, mas o sofrimento que passei ao lado dele não podia continuar. Ele vendia tudo que tinha dentro da nossa casa para usar drogas. Passou a fumar a maldita pedra dentro de casa. Por várias vezes nos ameaçamos de morte.

A situação foi ficando insustentável... cheguei a conclusão de que eu não podia colocar a vida do meu filho em risco por causa daquele relacionamento. Foi uma decisão muito difícil... principalmente pra mim, mas fui embora e desisti.

Ainda continuamos juntos por um tempo depois da separação, como namorados ... mas logo depois consegui me desvincular dele. Até hoje ele me procura pra dizer que me ama, mas o sofrimento foi demais. Torço muito por ele, ele nunca foi um homem ruim, mas também nunca quis largar a droga ... a escolha foi dele.

Pois bem ... este post já está longo demais ... mas cá estou eu ...
outra vez... de cara com a adicção ... com a codependencia...
mas tenho aprendido muito, e hoje posso afirmar que já estou bem melhor
Só por hoje me permito viver.

Beijão pra vocês e até a próxima.

2 comentários:

  1. É Kah, qualquer coincidência é mera semelhança entre um relacionamento e outro não é mesmo? É incrível como seguimos esses padrões sem perceber...
    Acredito que enquanto estamos presas na Co, não percebemos que estamos repetindo os mesmos atos que nos levam ao mesmo resultado, quando entramos em recuperação, nossos atos mudam e os resultados são outros...
    Estamos juntas só por hoje em nossa recuperação...

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  2. Oi amore o meu bebe era meio preguiçoso tbm kkk ....mais eu era tao detalhista que cada ondinha que ele fazia la estava eu atenta a tudo kkkk ....
    E hoje ele eh calminho sempre profetizei na vida dele que ele puxasse pelo menos a calmo do pai dele meu marido eh muito calmo muito dificil ver ele nervoso e eu kkk o contrario mais depois que me batizei melhorei muito o meu eu sabe nossa como buscar a Deus me ajudou e me ajuda ate hoje .eu postei hoje da uma olhandinha la vc nao teve noticias ainda do seu marido....
    bjusssss

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